16.3.11


. O resto das coisas;

Amor de verdade não acaba, é o que dizem, mas eu tenho medo. Eu tenho medo de quantos miojos, bocejos, cinzas e óculos de surfistas eu ainda vou ver sem você, eu tenho medo dos meus pedaços espalhados pelo mundo, eu tenho medo do vento passar enquanto eu estou míope, e eu ficar míope pra sempre.

Eu tenho medo de tudo isso apagar e o vento levar suas cinzas, desse fogo todo ser de palha, como dizem!
Da dor que se dissipa a cada respirada mais funda e cheia de coragem de ser só.
Eu tenho medo da força absurda que eu sinto com você, de como eu naum tenho muito mais certeza de mim sem você, de como eu posso ser até mais feliz com você.
Pra não pensar na falta, eu me encho de coisas por aí. Me encho de amigos, bares, charmes, possibilidades, livros, músicas, descobertas solitárias e momentos introspectivos andando ao Sol.
O vento está mais forte do que o vidro que eu fiz com os meus próprios grãos para me guardar para você. Ele está esmurrando a porta, escapando pelas frestas e eu gosto da brisa fina na minha testa aliviando o meu tormento.
Mas lembrar de você ainda tem o poder de congelar a natureza, de estancar a fresta aberta. Lembrar de você e de como é bom percorrer cada detalhe de tudo o que é seu ainda é melhor do que ser só minha ou me dissipar por aí, para sentir a leveza de querer um pouco de tudo e não muito de uma coisa só. Minha vida ficou velha quando te conheci e todo o esforço que eu faço para não morrer a cada segundo longe de você!(..)



. sz


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